segunda-feira, 2 de maio de 2011

9- Kahlil Gibran uma vez escreveu...

"Como você punirá aqueles cujo remorso já é maior do que os seus crimes?"
Mesmo que aquelas fotos de quando criança de vestido não tivessem sido capazes de me fazer cumprir as vontades do Scott por muito tempo, ele nunca tardava em arrumar novas ameaças... Imagino como não teria sido pior se eu tivesse estudado com ele, naquele tempo.
Ir para os Estados Unidos foi um alívio para mim. Senti muita falta da minha prima e de meus amigos, mas qualquer coisa seria melhor do que ser chantageado pelo Scott.
Fui obrigado a fazer muitas coisas das quais me arrependo profundamente. Espero que haja perdão para tudo o que fiz.
“Eu lamento...”, Scott sussurrou, “Não vou me desculpar. Se eu fosse me desculpar por tudo que fiz com todos, essa vida não seria o suficiente. Não preciso do perdão de vocês”, disse insolente, “Mas não tenho orgulho do que fiz. Não gosto de ver a sua expressão de medo mesmo depois de todos esses anos. Nem de raiva ou dor nos rostos pelos corredores da escola. Odeio quem fui, mas não posso voltar atrás e fazer as coisas diferentes agora, como também não posso fazer com que acreditem na minha mudança; parei de tentar. Não devo satisfações a ninguém pelo que sou ou pelo que faço, tenho certeza que não sou o único imperfeito”, deu uma pequena pausa, “Vamos passar um semestre inteiro dividindo o mesmo quarto. Se você respeitar o meu espaço, vou respeitar o seu. Você não se mete na minha vida e eu não me meto na sua. Você era um bom garoto, Derick, e não acho que isso tenha mudado, então é melhor que fique fora do meu caminho, porque eu nunca fui um bom garoto e, mesmo que agora tenha meus arrependimentos, continuo sendo quem sou. Não confunda as coisas. Era só isso que precisava te dizer”.
Fiquei por um instante encarando aquela figura de costas para mim. Digerindo todas as suas palavras, tentando não imaginar que tudo aquilo era algum tipo de plano perverso. Era ali com ele que eu passaria todo o semestre, não era como se eu pudesse fugir ou algo assim. Se ele quisesse me fazer algum mal, não precisava dizer coisa alguma. Ele pareceu sincero, então, eu acreditaria nele até que me provasse o contrário. Convenci-me.
Eu estava no quarto com dois Scotts: um que me fez muito mal e outro arrependido por isso. Eu precisava tomar ar. Saí do quarto. Saí daquele prédio. Peguei o celular e disquei; eu só precisava ouvir uma voz.
“Oi, Bebê!” Yasmin.
Funcionou. A alegria em sua voz já me fez sorrir “Oi, Princesa! Como você está?”
“Com saudades... Estou terminando de arrumar as minhas coisas, mas ainda falta tanto. Não vou conseguir deixar tudo como quero hoje, pelo visto. Estou contando os segundos para te ver mais tarde, amor.”
“Também, Princesa...”
“Ainda falta muito pra arrumar aí? Queria poder te ajudar...”
“Ah, não se preocupe com isso. Não tenho tanta coisa assim, faltam só umas bobeiras para serem colocadas no lugar.”
“Sortudo!”
“Não vou mais te atrapalhar, só queria mesmo ouvir a sua voz e saber se estava tudo bem.”
“Como se você me atrapalhasse...”
“Se precisar de alguma coisa, só me ligar, ok?”
“Pode deixar, Bebê!”
Já estava anoitecendo quando fui buscar a Yasmin em sua casa. Iríamos todos para a Narciso’s - lanchonete e nosso ponto de encontro preferido – depois, provavelmente, para a Alpínia, a sorveteria do outro lado da rua.
“Flores? Que lindo!” Yasmin comemorou ao ver o buquê que trazia comigo.
“Que bom que gostou...”
“Amei! Qual é o motivo da surpresa?”
“Te ver feliz.”
Ela ainda segurava as flores quando me arrebatou selando nossos lábios.
“Desse jeito vai receber flores o tempo todo.”
Ela soltou uma risada gostosa, “Meu bobo lindo!”
Durante o caminho à Narciso’s, começou a falar, “Ainda não tive oportunidade de te contar como as coisas ficaram com a sua irmã e tudo mais...”
“Ah! Sim...”
“A Sally me contou hoje.”
Sally ouviu quando as portas se bateram pela a casa, indicando que alguém havia chegado, mas preferiu ignorar. No fundo ela sabia que, independente do que tinha sido resolvido entre a Talita e o Jack, não a agradaria; as coisas tinham mudado demais. Tentou ignorar por todo o restante do dia, mas a curiosidade e a preocupação a venceram.
Talita estava na escrivaninha, com fones no ouvido e fingindo fazer anotações. Seu orgulho ferido latejava. Ela se castigava lembrando das palavras de Jack e da raiva em seus olhos assim que soltou seus pulsos e espremeu os ombros dela contra a parede de uma ruazinha qualquer, “Você passou dos limites!”, sua voz era assustadora, “Foi tudo um erro, você não entende?”. Sim, ela entendia, mais do que jamais desejou. Jack a estava machucando, mas Talita sabia que sentiria falta até mesmo daquilo, de sentir sua pele em chamas, de deixar o Jack a ponto de matá-la; não que ele realmente fosse capaz. 
“Eu não quero sair da banda, mas, se isso for um problema pra você, eu saio.” Jack odiaria fazer isso, mas ele se sentia culpado demais, talvez isso amenizasse.
“Não misture as coisas. Eu levo muito à sério a banda, espero que você também. Se isso era tudo o que tinha a me dizer, já vou indo. Preciso arrumar as minhas coisas.” Talita tinha chegado ao seu limite. Era hora de dizer adeus e só Deus sabe o quanto isso doeu.
Ali, em seu quarto, tentava não pensar em como seria ver aqueles olhos azuis que nunca a pertenceram e fingir que não sentia um buraco no peito e uma vontade absurda de estar em seus braços mais uma vez. 
“Tali...” Sally balançou uma mão na frente de seu rosto.
Talita tirou os fones ensurdecedores de seus ouvidos “Prima...”
Era ela. Sempre foi ela. Talita tinha tanta certeza disso. Jack sempre teve olhos apenas para aquela desmiolada de sua prima. Ela podia fazer a Sally enxergar a verdade, sem deixar margens para dúvidas, mas ela não faria isso; de forma alguma.
“Você está bem?” Sally.
“Claro! Por que não estaria? Estou tentando arrumar uma canção, mas já estou tão cansada... Não está dando certo. Acho que vou só me render ao sono.”
“Ah... Daqui a pouco vou dormir também.”
Talita suspirou, sabendo o que a prima queria “Estou bem de verdade, Sally. Eu e Jack como casal não vai rolar. Nós dois não queríamos isso no final das contas. Foi tudo muito bom, mas já deu. Nossa carga horária escolar vai ficar muito puxada esse semestre e isso sim me preocupa.”

7 comentários:

  1. Oh my! Ainda quero saber o que foi que o Scott fez com o Derick!
    Bem... Se nem com a Tali o Jack quer nada... Aff!

    Curiosa de monte!
    bjosmil! *.*

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  2. O Derick não contou o que o Scott fez...
    Eu quero saber dona Suh u.u
    Pelo menos o Scott mudou.
    Então Thalita e Jack não estão mais juntos.Talvez seja melhor assim mesmo.
    Suh desculpa por ter te acordado x.x

    Beijos

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  3. Eu sabia que não estava enganada... Não podia estar... Jack não olharia a Sally dessa maneira tão linda se ela não fosse o mundo pra ele...
    Eu ainda espero que eles se entendam...
    Mas... como é a dona Suellen que escreve kill
    O jeito é esperar...

    Beijos

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  4. Jaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaack esquece a Sally! Vem pra mim! T.T

    Prontofalei! u_u

    Bjks!

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  5. Ha, eu sempre tive certeza de que o Jack era louco pela Sally, apesar de você quase ter dado um nó no meu cérebro com essa história dele com a Talita!
    Finalmente esclareceu alguma coisa, né, dona Suellen? Agora falta contar o que foi que o Scott fez pro Derick, pelo amor!

    Beijoooos.

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  6. A unica coisa q o Scott fez foi obriga-lo a vestir-se de menina pra tirar fotos e chantagea-lo... não foi isso? O.o Ele era só uma criança, não poderia ter uma mente tão malvada... g.g
    Se tiver mais q isso eu vou dar um tapa imenso no seu cabeção oco U.U"

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  7. Meninas: Mita, Vih, Lu, Pah, Dindi e Deh.
    Calma... A Deh está certíssima quanto ao que aconteceu entre o Derick e Scott.
    Amo vocês, mesmo com todas essas ameaças, kkkkkkkkk.
    Kiiss'

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