quarta-feira, 11 de maio de 2011

13- Graham Greene uma vez escreveu...

“A inocência é uma forma de insanidade.”
“Gostaria de poder ficar...”
“Eu posso imaginar, mas não é permitido. Yasmin ficará bem. Meu marido também. Foi só um susto. Ele ainda não acordou, mas os médicos garantem que logo irá. Deixe a Yasmin com seu pai por essa noite. Amanhã cedo você poderá vê-la. Venha comigo agora... Você também precisa descansar.”
Enquanto o seu motorista nos levava para a mansão dos Campbell, a mãe da Yasmin trocou algumas palavras comigo. Procurando me conhecer mais, imaginei.
Os sentimentos negativos e intensos que a minha namorada carregava a respeito de sua mãe me fizeram esperar o pior daquela mulher com um sorriso deslumbrante; lamentei que a Sandra limitasse tanto seus sorrisos. Talvez por isso tenha me surpreendido tanto com a conversa fácil, seu interesse em me conhecer, em se fazer conhecer. Esperei por hostilidade, mas não veio em momento algum.
Sandra não era o que se pudesse chamar de espontânea. Seus gestos e as palavras que usava pareciam ser sempre cuidadosamente escolhidos. Falava num tom de voz agradável, sem muita pressa, sem muitas pausas, na medida certa. Muito educada. Mesmo que mantivesse uma distancia de intimidade proposital, conseguia não ser arrogante.
Confesso que passei a noite, durante o jantar e enquanto me mostrava a mansão, procurando qualquer ponto que me indicasse o motivo do desarranjo entre mãe e filha. Falhei. Apesar do desconforto, por sentir que era errado, talvez uma traição, simpatizar com aquela jovem senhora não consegui deixar de apreciar muito a sua companhia. Fiquei contente por ter a sua atenção. Quase realizado. O que era estranho. Não entendia o motivo de estar tão grato por aquelas poucas horas ao seu lado.
Antes de fechar meus olhos e dormir visualizei a Yasmin. Sua expressão de pavor ao ouvir a notícia. Uma culpa horrível me cobriu pelas horas que passei sorrindo à toa com sua mãe. A consciência pesada e a preocupação transformaram dormir em uma tarefa muito difícil. Eu precisava vê-la, estar ao seu lado, mesmo que tudo o que eu pudesse fazer fosse estar lá. Como ela estava? Quanto tempo faltava até que pudesse saber?
Não lembro quando finalmente consegui dormir, mas parecia ter sido há pouco tempo quando ouvi o despertador tocar. Meu corpo não queria se mover, meus braços e pernas pareciam pesar toneladas. Eu teria me dado por vencido ao cansaço senão fosse a imagem da Yasmin a invadir a minha mente novamente. Eu precisava estar com ela.
Lavei o rosto e me arrumei rapidamente. Encontrei a Sandra sentada sozinha diante de uma mesa repleta de delícias de todos os tipos. Ela parecia tão confortável com aquele silêncio e vazio enquanto comia. Talvez ela estivesse acostumada àquilo. Não consegui deixar de me questionar em como aquela mulher tão agradável poderia estar em qualquer momento sozinha. Quem não desejaria estar ali... Sim, tinha a Yasmin, lembrei. Talvez aquelas impressões fossem apenas minhas. Lamentei em silêncio, não entendendo o que realmente me deixava tão incomodado com aquela cena.
“Bom dia, Derick! Sente e sirva-se. Depois vamos ao hospital. Meu marido acordou.” ela não parecia ansiosa, tão calma, contida.
Senti um alívio me tomar ao ver a Yasmin sorridente conversando com seu pai no quarto do hospital.
Aproximei-me dos dois. Dei um beijo no topo da cabeça do meu amor e fitei meu sogro. Um homem de idade avançada, muito cansado, mas sem economizar sorrisos juntamente com sua filha.
“Sr. Campbell... Fico feliz em ver que o senhor está bem.”
“Ah, criança, me chame apenas de Vítor. Yasmin estava com medo de que você não sobrevivesse na companhia de minha esposa. Mas pelo visto, ela que não sobreviveu...” disse rindo depois de não encontrar a Sandra no quarto.
“Não... Ela já vem. A recepcionista disse que o senhor já pode ir para casa. Ela está cuidando disso.”
“Eu vou ficar, pai.”
Olhei surpreso para ela, buscando seus olhos, mas ela não parou de encarar seu pai em momento algum, nem mesmo quando cheguei.
“Filha, isso não é necessário. Você tem aulas, não pode faltar. Já perdeu algumas hoje. Se for agora, ainda consegue assistir alguma da manhã.”
“Não, pai. Eu vou ficar. Quem vai cuidar do senhor? Não vou te deixar com enfermeiras... Sei bem que vai querer voltar logo ao trabalho e duvido que possa nos próximos dias.”
Ele soltou uma gargalhada leve “Querida... Papai ama a sua presença, mas não posso deixar que mate aulas por isso. Você pode vir no final de semana. Prometo não tocar em trabalho até que os médicos me liberem.”
“Como se eu fosse acreditar. Vou ficar e fim da história. Uns dias sem ir a escola não vai me prejudicar. Depois vou pegar a matéria com a irmã do Derick.”
“E o seu namorado? Vai perder aulas também?”
“Não. Ele vai voltar.” disse antes que eu pudesse.
Eu não me importava em faltar com ela. Ficar o restante da semana sem a Yasmin... Por que ela não queria que eu ficasse?
“Vou ver se a Sra. Campbell precisa de ajuda em alguma coisa.” disse e me retirei de suas presenças.
Não fui até a Sandra. Procurei outro corredor e sentei-me numa cadeira qualquer.
Nossos amigos, deveriam estar preocupados. Peguei meu celular e encontrei incontáveis chamadas não atendidas deles. Mandei SMS para todos, avisando que estávamos bem e que logo daria detalhes.
“Perdido?” Sandra me perguntou.
“Vim avisar nossos amigos...”
“Soube que você já está de partida.”
Yasmin estava mesmo desejando que eu fosse.
“Sim. Parece que eu já deveria estar a caminho.” suspirei.
“Foi um prazer te conhecer, Derick. Espero que venha nos visitar mais vezes.”
“Digo o mesmo.”
“Se você também quiser ficar, eu posso conversar com a Direção do colégio...”
“Agradeço, mas vou mesmo.”, levantei-me, “Estou indo ao quarto, também vem?”
“Não. Vou ficar um tempo aqui antes. Tenha uma boa viagem.”
Fui me despedir da Yasmin e de seu pai.
“Lamento que tenhamos nos conhecido nessas circunstancias, filho, mas assim que eu estiver melhor, combinamos algo mais apropriado, certo?” Vítor.
Yasmin não se levantou para se despedir, sequer me olhou. Continuou absolvida pela presença de seu pai. Eu sentiria imensamente a sua falta... Talvez a minha também fosse sentida.

6 comentários:

  1. Huuuum....

    O Derick ficou boiando em tudo hj... primeiro confuso com a mãe da Mim e depois pela atitude dela de praticamente enxotar o coitado de volta... Deve ser mais maluca que a mãe... aushuahushauhsuahsuhuahs

    Bjoo Suh doidinha ;*

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  2. É, parece que a Sandra consegue ser uma boa pessoa quando e com quem ela quer...
    Que bom que o Derick se deu bem com a sogreti, mas fiquei com dozinha dele por causa da atitude da Min... Posso dar um tapão nela? *-*

    Fiquei tensa com a frase que inicia a próxima atuh.
    Amo sempre!
    Beijão, mermão.

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  3. Ah! A mãe dos outros sempre parece boa... Mas só quem convive é que sabe o que se esconde por trás de uma fachada de gentilezas. Huashuashuashuashuash
    Derick vai sentir falta da Min... Mas ela nem se deu conta! O.o

    AMO!
    bjosmil!*.*

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  4. Que bom que o pai da Min ficou bem...espero que não fique mal de novo =\
    A mãe da Min assim até parece que é boazinha...
    Será que ela não é tão má assim como a Min pensa...ou soube fingir 1pensa

    Beijos

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  5. Não entendi mesmo a atitude da Min. Zêlo excessivo? Falta de confiança na mãe? O que pode ser tão fatal que a impediu de dar "até breve" para Derik? Alguns dias de distância não matam nenhum casal, pelo contrário talvez faça até bem... Então não sei... '-'

    Como sempre esperando resposta pra tudo... A lista tá aumentando dona Suellen ¬¬"

    Bjks!

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  6. Deh, kkkkkkkkk, tadinho do Derick. =/
    Bjuus'
    -
    Dindi, Sandra teve seus motivos.
    Não faz isso com a Min. çç'
    Só tem tensão daqui pra frente.
    Que beijo o que, mermao?
    -
    Mita, disse tudo, kkkkkkkk.
    Isso aí. =/
    Bjuus *w*
    -
    Vih, Sandra é... .-.
    =*
    -
    Pah, não me bate, mas não tem nada de bom aí... YY'
    =*

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