quarta-feira, 18 de maio de 2011

16- Bussy Rabutin uma vez escreveu...

“Quem não ama demais não ama o bastante.”
“Sim, Yasmin. Sou eu.”
Silêncio.
“Estou cansada, já vou dormir. Tchau.”
“Não! Não desliga, por favor.”
Ela esperou.
“Eu quero muito conversar com você. Pessoalmente, eu digo.”
Sally estava atenta à conversa. “Marca de se encontrarem agora.” Sussurrou.
“Agora seria melhor. Não quero deixar isso pra depois. Podemos?”
O silêncio foi mais longo.
“Yasmin?”
“Não comi, porque já ia dormir, mas se vou ficar acordar por mais tempo... No Narciso’s então. Estarei lá em dez minutos.” Desligou.
“E então?” Sally quis saber.
“Ela está indo pro Narciso’s. Já vou.”
“Tá. Vai logo! Depois você me agradece.”
Sorri e dei um beijo estalado na testa da minha prima. “Obrigado!”
“Tá, tá... Agora vai logo, vacilão.” Tentou esconder seu sorriso.
Narciso’s ficava a poucos passos de onde estávamos. Cerca de cinco minutos de onde Yasmin estava. Ela era pontual, mas já tinha passado meia hora sem que ela aparecesse. Talvez ela tivesse mudado de ideia. Lamentei não estar com o meu celular. Eu ficaria no Narciso’s até que não pudesse mais. E, de fato, fiquei.
Saí da lanchonete relutante. O toque de recolher do Colégio Elite já estava quase no limite da tolerância, precisava voltar.
Na manhã seguinte a primeira coisa que fui fazer foi procurar a Yasmin. Ela não poderia fugir. Esperava que a minha prima estivesse certa quanto ao seu conselho e que eu não estivesse só piorando as coisas com a Yasmin... Se bem que não falar com ela e mal vê-la já era ruim o suficiente.
Ela não estava com o pessoal no refeitório. Peguei o meu celular e disquei para ela. No terceiro toque fui atendido.
“Oi, Yasmin. Não desliga, por favor.”
“Pensei que ela fosse mais popular. Mas você é o primeiro que procura por ela.” Aquela voz parecia sair de um filme de terror. Senti os cabelos da minha nuca se arrepiarem.
Uma risada macabra. “Não precisa se apavorar, não ainda. Yasmin está bem... Viva. Derick... Você é o seu namorado. Então imagino que fará a coisa certa. Nesse exato momento tem alguém falado com a Sandra Campbell, tratando de negócios. Mas ela parece relutante para ter a sua filha de volta. Talvez você devesse intervir por sua namorada. O tempo está passando e não gosto de tempo ocioso. Mais horas se passam... Menos Yasmin fica bem. Eu realmente odiaria ter que mandar um dedo ou uma orelha para me fazer ser acreditado. Isso é nojento. Deixaria a jovem deficiente e muito traumatizada. Não há necessidade de nada disso. Colabore comigo, Derick. Acho que já deixei bem claro sobre as conseqüências que a minha impaciência pode trazer.” Desligou.
Lembro do frio insuportável que me envolveu. Escuridão. 

Muita claridade. Por um instante pensei que estivesse no meio do nada, onde branco fosse a única coisa existente.
Então, aquele par de olhos estreitos apareceu na minha frente. Seus cabelos espalhados ao redor do seu rosto. Um sorriso tímido, tão doce, brotou de seus lábios. Suas faces coradas fizeram o meu coração dar um salto. 
“Não fica me encarando assim...” Yasmin suplicou com a voz baixa.
“Você é tão linda...” disse fascinado.
Ela não conseguia me olhar nos olhos por mais de meio segundo. 
“Está com fome? Deve estar... Vou fazer um pedido pra gente.” Tentou sair debaixo de mim, mas a mantive firme no lugar. Disparou seus olhos nos meus, surpresa.
“Quero ficar aqui com você por mais um tempo.” Disse. Sua bochecha subiu mais um tom. 
Ficamos um tempo incontável assim. Toques sutis, apenas pontas de dedos deslizando pelo rosto. Eu queria ter certeza de que não era apenas um sonho. Queria guardar aquele momento para sempre. 
Se em algum dia algo ruim o suficiente acontecesse para nos separar, eu gostaria de me lembrar daquele dia, onde nos amamos completamente. Queria nunca ser capaz de esquecer daquele momento. Sua pele desnuda, a luz do dia a cobrindo pouco a pouco, sua respiração fora de ordem, o sorriso que não saía por nada de nossos lábios. Eu esticaria as horas o quanto fosse possível.
Juras de amor trocadas apenas com olhares. Silêncio. Eu duvidava que em algum dia eu fosse sentir desconforto com aquele silêncio. Era mágico. Eu estava tão perdidamente apaixonado.
Seu estômago fez um som. Ela espremeu seus olhos com vergonha.
“Tem alguma coisa na dispensa?”
“Tem...”
“Então não saia daí que vou preparar algo para nós dois.” Dei um beijo rápido em sua testa e me coloquei de pé tão logo. Procurei alguma peça de roupa para usar.
“Eu peço pelo telefone, não precisa ter trabalho.” Ela disse se inclinando na cama, buscando os lençóis para se envolver.
Deixei escapar um riso. “Não sou tão ruim assim na cozinha, amor. Prometo não colocar fogo em nada. Só espere aqui, não demoro.”
Ela repousou na cama novamente. Senti seus olhos me acompanhando.
Já estava terminando de colocar uma mistura nos pratos. 
“Ninguém nunca fez algo assim só por mim.” Ela disse, surpreendendo-me com sua presença.
“O quê?”
Ela se aproximou. Deixei os pratos sobre a bancada. Yasmin passou as mãos por meus cabelos, meu corpo estremeceu. “Derick,” parecia tensa. “Eu...”
“Yasmin, está tudo bem?”
Assentiu com a cabeça. “Eu te amo. Eu te amo, Derick.” Foi a primeira vez que ela me disse.
Estávamos em sua casa, após a nossa primeira noite juntos, era dezembro. Nos nossos planos para nossa primeira noite de amor teria acontecido na virada do ano novo. Já tínhamos tudo planejado. Mas na noite anterior as coisas fugiram do controle. Os beijos ficaram mais exigentes. As mãos mais curiosas. A cama sob nossos corpos. As roupas perdidas pelo quarto. E aqueles lindos olhos fugindo dos meus. Não tínhamos porque esperar mais. Ela me amava, eu a amava. E isso seria para sempre.

6 comentários:

  1. Estou sem palavras... Espero que tudo volte pro lugar e a tempestade passe logo pra vir a bonança.

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  2. Poxa a Yasmin sequestrada =S
    Só espero que ela fique bem...


    Beijos

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  3. Awn, que linda a primeira vez dos dois! *-*
    E vou ter um treco se ela não foi libertada logo. .aa.
    Morre, mermão! =*

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  4. Q coisa!!! E eu pensando q a Mim tava fazendo doce =/ Espero q ela saia dessa logo :(


    Bjooo Suh doida

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  5. Mas Deh, antes não tava sequestrada! Tanto que o bandido disse que ele foi o primeiro a ligar. O bandido não a deixaria atender o tel, e tão pouco ela marcaria de encontrar Derik numa lanchonete... O.o Ou eu não entendi nada?

    Deve ter sido qd saiu pro encontro.

    Muito linda a primeira vez dos dois. Melhor ainda qd não se planeja, hehehe!

    Bjks!

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  6. Também espero Mita e Vih. =/
    -
    Eles são uns fofos juntos, Dindi. *w*
    çç'
    -
    Não, Deh... Ela só foi sequestrada agora. =/
    -
    Você entendeu certinho, Pah, kkkkkkkk.
    Fofos, né! *---*

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